A sublime e vagarosa quebra dos pudores...



Maldita a hora em que te revejo...
O desassossego do teu sorriso vai me balançar até o fim do dia...
Torturante presença deliciosa,
Olhar teus olhos pretos
Que se desviam dos meus num sorriso desconcertado
De quem age tranquilo
Por não conhecer essa coisa forte e talvez proibida
Que sacode o baú da minha história
E mexe com meu mais sensível presente a cada vez que apareces...
Maldita pra mim, a hora em que te vejo,
E fuço e acho em ti a realização do meu passado...
Maldita a hora que por vezes desejo,
Quando forço encontros casuais,
E falo bobagens, ansiosamente desesperado,
Esperando o momento sutil do sorriso,
Instante sutil e intenso,
Em que me guardo para não te levar comigo,
E deitar contigo,
E talvez não fazer nada,
A não ser mexer no teu cabelo, deitado em ti,
Te aquecendo com meu corpo e te vendo dormir,
Pele a pele,
Todos os pontos de toque,
Pontos de troca de todas as energias que fluam de mim para ti,
Todas as energias que fogem do meu corpo...
Esse corpo que se abre sempre que te vê,
Sem que eu governe,
Sem que eu controle os meus olhos ansiosos,
Que te buscam sempre...
Sem escrúpulos...

Murilo Araújo, 28/03/2009

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