Talvez nada...


As pontas do meu quarda-chuva não são paralelas.
Que há de poético em eu dizer isso?
Talvez nada...
Mas talvez as gotas poéticas da chuva poética,
Ou a poética falta de gente na noite da rua poética,
Ou a poética falta de letra na interminável música poética,
Ou talvez tudo isso junto me inunde de um não-sei-quê (poético),
E me faça admirar as tais pontas do meu guarda-chuva.
Poético?
Talvez tudo isso junto é que me faça dizer essas coisas sem sentido...
Que é o sentido?
Paro e penso que todos sentimos coisas completamente sem sentido...
Mas todos cobramos sentido nas coisas.
Talvez dizer isso seja andar contra todo o fluxo de gente...
(E entre essas divagações, percebo que todos caminham no rumo oposto, agora...
E todos, eu, eles e elas caminhamos em busca de algo,
Talvez algo que faça algum sentido,
Por mais que a naturalidade das coisas não nos deixe perceber essa busca...
Por mais que a naturalidade que as coisas ganham não nos deixe percebê-las como são...)
Perceber as coisas como são é encontrar o sentido delas?
Quantas delas têm sentido?
O que motiva a caminhada?

Passo por alguém que boceja...
E chego à conclusão de que pontas de um guarda-chuva podem render boas filosofias...
Ao menos algo que ao menos eu julgue poético...
E seguirei meus dias,
Fazendo valer essas coisas talvez inúteis...

24/03/2009