Proximidades...
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A droga da ausência não te afasta
Você está aqui,
Perto,
Junto,
Colado.
Posso ouvir a tua respiração perto de um jeito que sempre desejei, sem saber...
O que mais me dói
É lembrar que não há lembranças...
Dói o arrependimento de não ter te posto na parede,
Dói sentir que nunca estivemos juntos
(Não como deveria ser para que realmente fosse).
Hoje te lembro
E te acho na tua ausência...
Tua presença imaterial mais uma vez me desconcentra
Desconcerta...
Olhar para o sorriso alheio (que é sempre teu)...
Presença torturante e viciante,
Bebida amarga,
Álcool bom...
(E aqui estou eu outra vez, com meu discurso de poeta boêmio,
Só que pra falar a angústia que dá
De lembrar do que nunca aconteceu...)
Quando te verei de novo?
Quando, outra vez,
Esquecerei do mundo pra me derreter ao teu sorriso tímido
E ao teu balançar de cabelos?
Ousarei confessar a ti o que só agora compreendo?
E você, me perdoará por ter feito de ti o meu pecado
E o meu sagrado?
Crises...
Crise por ter-te sempre perto
(Memória do que não houve,
E arrependimento do que talvez não será)...
Crise por ter-te perto na angústia,
Angústia por querer-te ainda mais perto,
Só que em carne, corpo,
Sangue, alma...
Tudo o que tivermos a dar...


24/03/2009