Nós não temos Control+Z...

Vivem falando por aí de "inteligência artificial". Dizem que os computadores ainda tomarão o nosso lugar, nossas funções, como - em certa medida - já tem acontecido.

Ao que parece, os nossos concorrentes máquinas foram feitos à nossa "imagem e semelhança"... coincidentemente (ou não) feitos como nós, para que, diante deles, parecêssemos "dispensáveis"...

Cheguei à constatação disso analisando atalhos: os eternos "Controls+alguma coisa", que tanto nos ajudam às vezes. Suas funções, com toda certeza, são inspiradas no dia-a-dia de nós, reles orgânicos sentimentais...

O "Control+N", por exemplo, abre novos documentos de texto. Nós também vivemos adicionando pessoas, con-textos, emoções, ao nosso arquivo pessoal. vivemos abrindo novos documentos na memória, registrando muita coisa que a gente pretende nunca jogar na lixeira.

"Control+C, Control+V" são utilizados com uma freqüência incrível na sociedade da idolatria dos padrões. Seria um excelente nome para uma academia ou para um salão de beleza, não é? Saiu no Fashion Rio? Copia. Modelito de novela das oito? Cola!

E quando surgem os conflitos, os problemas, quem nunca acionou o seu "Control+Alt+Del"??? É... A gente costuma abrir sempre o nosso Gerenciador de Tarefas: abrir algumas, alternar para novas, e, principalmente, encerrar as que não estão respondendo. Dar uma geral e partir para a luta outra vez...

Talvez, seja esse também o motivo de estarem preferindo computadores a nós, humanos: apesar de nossa semelhança incrível, eles têm algumas funções em que nos superam. O "Control+Z" é uma delas.

Esse é um dos meus atalhos preferidos (acho que de todo mundo), porque é o responsável por desfazer erros quando a gente faz alguma besteira tecnológica. É o responsável pelo "voltar atrás" a gente não tem nas mãos no dia-a-dia.

Tantas vezes se quis consertar alguma merda cometida, não ter dado algum passo (ou ter dado, quem sabe?)... e a gente só deixa cair a ficha disso quando já salvamos as alterações no arquivo. Ou melhor: quando o Tempo, por conta própria, tratou de fazer isso. Ele têm um "Control+S" fantástico, acionado involuntariamente a cada instante. A gente se chateia, chora, se revolta, mas não tem jeito: por mais que se calculem as possibilidades, as conseqüências, nunca se sabe o que virá. E quando vier, por pior que seja, nós não temos "Control+Z".

Que fazer? Lamentar e seguir a vida triste, conformado com a realidade esmagadora (dramático isso, hein?)?! Eu acho que não. Não há motivo para tristezas.

Com todas essas reflexões, consigo ainda sentir-me melhor que qualquer máquina com todos os seus atalhos. O mágico da Vida é a adrenelina de se lançar ao Desconhecido... aprender todas as suas filosofias, refletir sobre todos os momentos ruins, desfrutar de todos os momentos bons...

Ter a consciência de que, um dia, nosso computador será desligado.
E mesmo que o reiniciem (quem sabe se existem outras vidas?), a caminhada começa outra vez: os arquivos todos se apagam quando nos tiram da tomada. As experiências nunca serão iguais. A gente só tem o privilégio de viver uma vez...

Não temos "Control+Z"... Mas somos - reles - orgânicos sentimentais... e isso é o que importa... porque isso é o que nos habilita à felicidade...

Murilo Araújo, 25/10/2008
L'amour...


Um filminho para alegrar os dias...
Viva os amores conflituosos!!!
Quem nunca teve um?
E quem nunca fez loucuras por ele???
Erro


Que fosse terno enquanto durasse.
Como durar algo que nunca existiu??
Como admitir para si mesma
Que errará?
Errará em se envolver.
Errará em acreditar.
Errará em imaginar
Que existisse algo de verdadeiro
Naqueles beijos.
Naquele tocar.
Naquelas carícias.
Ele olhava-te nos olhos.
Ele abraçava-te veemente.
Como acreditar
Que tudo não passava De uma mera distração?
Acreditastes.
Errastes...
Pior:
Arrependera-se.

Texto da grande amiga Lina Maria.
Te amo, querida...
O amor é filme!



O amor é filme!
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade,
Da dúvida,
Dor de barriga
É drama,
é aventura,
é mentira,
é comédia-romântica

Um belo dia a gente acorda e humm!
Um filme passou pela gente
E parece que já se anunciou
O epísódio dois!
É quando a gente sente o amor
Se abuletar na gente
Tudo acabou bem...
Agora é o que vem depois

É quando as emoções viram luz
E sombras e sons, movimento
E o mundo todo vira nós dois
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor
Persegue o sentimento

E sobem os créditos...

O amor é filme
E Deus expectador!!!

Cordel do fogo encantado