Janela



Sento-me na janela alta
E sou nostalgia...
Como tenho sido há tempos...
O vento não move as folhas das árvores,
Porque não passa,
E tudo é parado e mórbido
Por um não seu quê
Que angustia e prende...
Queria a janela da poesia de outrora,
A que prendia pelo encanto
Que tinha perfume e moleque (“moleque vento levado”)
E cabelos de moça... brinquedo...
A janela da poesia de outrora
Do inocente amor de menino
Carregada agora da paixão de poeta louco...
Talvez falte o vento
Por faltar-te (ele não vem brincar contigo).
Talvez haja apenas a poesia triste (e sedenta de vinho)
Que ainda me deixa aqui, na janela
Caneta e papel.
Ah, poesia triste (sedenta de vinho)!
Ah, sede de vinho...
Sede de jogar vermelho em tua roupa branca
Pintar-te da cor do meu sangue,
Sangue bêbado de bêbado poeta de janela...
Sede de beber em ti,
De beber-te,
Gota a gota o que tiveres a dar...
De deixar-te provar-me
Até nos embriagarmos da loucura
Das paixões vãs e verdadeiras,
Efêmeras e sublimes,
Vermelhas e bêbadas...
Entregues completamente á beleza de mim e ti,
Quando juntos, um só...

Gabriel Katú, 26/01/2009
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3 Responses
  1. Thaiza Says:

    Bom acredito que Gabriel Katú é muito nostálgico ou está muito.
    Espero que essa fase passe..
    Murilo converse um pouco com o Gabriel, já que vocês se entendem tão bem, quem sabe você não consegue ajuda-lo.(rsrs)
    Bjos grande.
    Muito lindo o poema!
    Parbéns!!


  2. Engraçado...

    Katú relamente tem estado nostálgico, mas pelo que conheço desse amigo, ele está assim sempre...

    Das poesias que vi nos últimos meses, ele tem estado fervendo na produção de viagens, e já disse isso a ele, mas sinto que ele tem coneguido me ajudar mais com seus devaneios, do que eu a ele, com a minha sensatez prepotente, de achar que apenas as coisas sanas fazem sentido.

    Por isso é que tento aprender com ele, e tento deixar a voz da loucura de Gabriel falar cada vez mais alto...

    Assumir sua própria identidade, e tento fazer ele ver isso, que deve se deixar crescer, pois tem muita coisa importante para acresentar às pessoas a quem sua poesia atinge.

    Vou tentar convencê-lo a escrever um blog próprio.

    Enquanto isso, publico seus textos aqui, já que ele não reclama.

    Um abraço ao meu amigo...
    um beijo, pra você...

    Obrigado pelas constantes visitas, e o "Peripécias"sai em breve rsrsrssr

    Murilo


  3. Concordo quando você diz que ele está sempre assim nostálgico realmente(rs.

    Bom em relação a produção de viagens,ele não tem ESTADO fervendo, na verdade acho que sempre esteve, só que menos abertamente(opinião minha)rsrs.

    E fico feliz que a loucura de Gabriel tenha te contagiado... porque caro amigo(mania do DCE rsr)"louco é quem me diz que não é feliz".

    Em relação ao " Assumir sua própria identidade, e tento fazer ele ver isso, que deve se deixar crescer, pois tem muita coisa importante para acresentar às pessoas a quem sua poesia atinge."

    Não compreendi.

    Ficarei muito feliz em ler os textos dele em um blog próprio. deve-se realmente pensar-se nisso.

    Enquanto isso continuo visitando o seu blog sempre que posso.Para poder ver os textos dele e os seus.

    Em relação ao beijo, sinto-me beijada.
    Outro para você.

    E estou aguardando ansiosa a "criação" do peripécias.