Poema rido...




Talvez a identidade que não revelo (ainda)
Seja a que melhor me expresse...
Talvez só me conheçam
Alguns poucos olhares...
Algum definitivamente ausente
(Que me traduziu antes de mim)
E alguns outros olhares
Que nunca me viram:
Desonestidade mútua,
Cúmplice,
Incerta,
Viciante...
Deixar-se conhecer por alguém
Que talvez nunca apareça
Que talvez desapareça
Pela ação instantânea da vara mágica
Que lança poluição invisível pelos ares...
Teoria do caos?
É...
Lembro-me também dos olhar que provoca
E externaliza meus gritos abafados pelo medo...
Medo do mais me deveria despertar confiança...
Curtos espaços de tempo
(Que é o tempo, de fato?),
Grandes transformações - ou novas descobertas do que foi silenciado um dia
E que hoje, enfim, transforma-se em palavras
Ditas e não-ditas (porém nunca caladas),
Ao menos reconhecidas por essa história minha,
Nessa história minha
E nesse presente ápice meu...
Devaneios...
(Passamos eras acumulando barris de pólvora,
E, de repente,
A mínima faísca gera uma explosão:
Metáfora da gente)
Tirei a máscara que usava ao espelho,
E decidi abominá-la de algumas peças minhas.
Não de todas,
Assim como não deixarei de usar minhas máscaras em algumas cenas ainda,
Porque são necessárias...
E porque, no fim das contas
Traduzem a essência da gente
(Mutável ou não?).
Troquei as peças do guarda-roupa (ou descobri outras lá dentro).
Pretendo usar as novas (ou velhas escondidas)
Para ir a alguns encontros,
Com os outros...
E especialmente comigo...
(Risos livres de um peso...)

16/03/2009

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